*Carta Capital

O Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta terça-feira 8 um parecer pela cassação do mandato da deputada Flordelis (PSD-RJ), acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em 2019. Foram 16 votos a favor da cassação e apenas um contra (de Márcio Labre, do PSL-RJ). A decisão sobre a perda do mandato, porém, cabe ao plenário. Para que Flordelis seja cassada, são necessários os votos de 257 deputados. Ainda não há uma data definida para que o plenário se debruce sobre o tema, mas a análise deve ocorrer nos próximos 90 dias. Flordelis é uma das onze pessoas denunciadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por envolvimento no assassinado de Anderson do Carmo. A parlamentar, apontada como a mandante do crime, responde por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso e tentativa de homicídio (por envenenamento).

Ao se defender na comissão, Flordelis afirmou que tem sido alvo de um “linchamento moral, político e espiritual”, e que sofre uma “avalanche de crueldade” dos que a acusam. “Será que as pessoas não percebem que essa forma indigna de tratamento é tão criminosa quanto o crime ao qual pedem justiça? A Constituição defende a dignidade da pessoa humana. Eu declaro a vocês que sou humana”, afirmou. A parlamentar pediu que os colegas não votassem em favor do relatório para não “tirar de imediato o sustento da família” e para não “abrir caminho para que os detratores” a mandem à prisão. “Eu não quebrei decoro parlamentar. Para o relator, Flordelis mentiu ao não conseguir comprovar o que alegou como defesa e mentiu sobre a compra da arma usada no crime.

Ainda, diz o deputado, ela tentou cooptar uma testemunha e abusou das prerrogativas que o mandato lhe dá ao tentar culpar os filhos pela morte de Anderson por meio da imprensa. “[Flordelis] tem um modo de vida inclinado para a prática de condutas não condizentes com aquilo que se espera de um representante do povo”, diz o deputado.

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