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mundo passou dos 44 milhões de casos confirmados do novo coronavírus nesta quarta-feira, 28, apontou o monitoramento da universidade americana Johns Hopkins, referência nas estatísticas globais da pandemia. O número de mortos em todo o planeta já passa de 1,17 milhão. Outubro ainda nem terminou, mas já é o mais alarmante momento da pandemia no que diz respeito à transmissão do vírus. Ao longo do mês, o mundo bateu nove vezes o recorde de infecções diárias, segundo a Organização Mundial Saúde (OMS). De acordo com um balanço feito pela agência de notícias AFP a partir de dados divulgados por autoridades de saúde, foram registrados no planeta mais de 510 mil casos somente na última terça-feira, 27, o pior número diário desde o início da pandemia. Mais da metade deles foram contabilizados em apenas dez países: EUA, Índia, Brasil, Rússia, França, Espanha, Argentina, Colômbia, Reino Unido e México. No total, foram 516.898 infectados e 7.723 óbitos em apenas 24 horas, entre segunda, 26, e terça-feira, 27.

Foram quatro milhões de diagnósticos em todo o mundo em apenas dez dias, uma alta impulsionada pelos Estados Unidos, que, pela primeira vez, teve mais de 502 mil infectados em apenas uma semana, segundo a Johns Hopkins — nos sete dias anteriores, foram 370 mil. Os EUA são responsáveis por quase 20% de todas as infecções mundiais, com cerca de 8,8 milhões de confirmações da Covid-19 até ontem, mantendo-se no topo do ranking. Em seguida, vem a Índia, com 7,9 milhões, de acordo com a universidade americana. O Brasil aparece em terceiro lugar: nesta quarta-feira, 28, segundo o último levantamento do consórcio de veículos de imprensa, o país chegou a 5,46 milhões de infectados e 158.468 mortes pela Covid-19. Os dados se referem ao total de registros confirmados pelas autoridades sanitárias de cada nação. Os casos subnotificados de Covid-19 não entram na conta, o que significa que os números são ainda maiores.

Mas é na Europa, no entanto, que a pandemia avança mais rapidamente, com uma média diária maior que 220 mil casos nos últimos sete dias, aumento de 44% em relação à semana anterior, segundo a AFP. O continente se aproxima dos dois mil mortos por dia — no pior momento da pandemia na região, em abril, eram registrados cerca de quatro mil óbitos por dia. Nesta quarta-feira, 28, em meio a uma forte alta dos casos na Europa — com ainda mais casos diários do que se registrava no primeiro semestre —, os governos da Alemanha e da França anunciaram um lockdown parcial para conter a segunda onda do novo coronavírus e evitar o colapso dos hospitais. Em comum, as novas diretrizes anunciadas incluem o fechamento de bares e restaurantes. Apenas escolas podem abrir.

O governo alemão determinou o fechamento de bares, restaurantes e outros estabelecimentos a partir da próxima segunda-feira, dia 2. Comércios e escolas abrirão, mas as autoridades reforçaram as recomendações para que as pessoas permaneçam em casa. Além disso, os encontros sociais ficarão limitados a até dez pessoas de famílias diferentes. Numa reunião com autoridades locais, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que os números da Covid-19 aumentaram rápido demais no país e que o nível dos contágios fugiu de controle. A decisão foi tomada depois que autoridades de saúde alemãs registraram quase 15 mil novos casos em apenas 24 horas — o maior número de diagnósticos diários no país desde o início da pandemia. Ao todo, a Alemanha chega a quase 480 mil infectados, segundo a universidade Johns Hopkins.

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a retomada de medidas como o fechamento de bares, restaurantes e lojas e a volta da exigência de atestados para que as pessoas possam circular nas ruas. As escolas até o ensino médio ficarão abertas, mas deverão seguir protocolos que ainda não foram divulgados. O governo francês também determinou que o país foque totalmente em obras públicas e na produção industrial para evitar um tombo ainda maior na economia do país. As autoridades, no entanto, pedem que as empresas deem preferência ao trabalho remoto, mantendo seus funcionários em casa. O comércio, segundo o presidente, poderá reabrir em 15 dias caso as autoridades avaliem que as primeiras semanas do lockdown deram bons resultados. Em pronunciamento na televisão, Macron avaliou que o impacto da segunda onda da Covid-19 será pior do que o primeiro pico da doença no país, entre março e abril.

A segunda onda será sem dúvida mais dura e mortal do que a primeira — afirmou Macron. De acordo com as autoridades de saúde francesas, entre 40 mil e 50 mil novas infecções têm sido identificadas todos os dias. Ao todo, o país registrou 1,2 milhão de casos.

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