* A Tarde

O governador da Bahia, Rui Costa, cobrou neste sábado, 14, que o governo federal anuncie medidas de apoio a estados e municípios no combate à pandemia de coronavírus. Ele também alertou para os impactos que a proliferação do Covid-19 causarão na economia baiana e pontuou que o estado precisará fazer cortes de gastos para reduzir os efeitos de uma provável queda na arrecadação.

Segundo o petista, sem um plano claro do governo de como evitar a propagação do vírus, estados e municípios fazem o que podem para diluir o iminente aumento na quantidade de casos da doença.

“O que é de se esperar é que o governo federal já tivesse anunciado medidas de apoio aos municípios e estados, mas cada estado e cada município está se virando com seus próprios recursos, já que, até agora, não tivemos recursos do governo federal”, criticou o governador, em entrevista ao A TARDE, durante participação no lançamento do Programa de Governo Participativo (PGP) do PT.

Ainda segundo Rui, medidas anunciadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como a antecipação da primeira parcela do 13º de aposentados e pensionistas do INSS e a liberação de R$ 5 bilhões extra para o MInistério da Saúde, não são efetivas na batalha contra o vírus. “Até agora, não vi nenhuma ação concreta. Existe distância grande entre o que se fala e o que se faz”, pontuou.

De acordo com Rui, o governo baiano vai custear as medidas necessárias. “Estamos nos reorganizando, vendo as unidades que nós podemos reservar, redirecionar para caso seja necessário daqui a 30, 60 dias. Ninguém sabe a curva que vai acontecer. O que nós queremos com essas ações preventivas é diluir essa curva”, afirmou.

O governador também fez um apelo para que as pessoas redobrem os cuidados com hábitos de higienização, como lavar as mãos, que podem reduzir as chances de contaminação.

Apesar do cenário, Rui pediu que a população não entre em pânico. Conforme ele, neste momento, estão descartadas medidas como suspensão de aulas na rede estadual de ensino. Nós não temos, por enquanto, nos sete casos, transmissão comunitária. Os casos que temos são de transmissão intrafamiliar. Tá descartado que na Bahia terá fechamento de escolas? Não, não está descartado. Estamos monitorando todos os dias. Nós vamos tomar as medidas necessárias no momento correto”, disse.

Apesar dos apelos por calma, no evento de lançamento do PGP, foi possível ver que a população já toma suas medidas para se prevenir do coronavírus. Na entrada do auditório onde ocorreu a cerimônia, duas pessoas ficaram posicionadas na porta colocando álcool em gel nas mãos de que adentrava o local. Não foi incomum também ver gente usando máscara.

Economia

Segundo o petista, ainda não é possível medir o impacto do coronavírus na economia baiana, mas uma coisa é certa: ninguém ficará imune à provável desaceleração econômica que será provocada pelo Covid-19.

“No mundo inteiro, não ficará país, estado nem município sem impacto econômico. isso vai repercutir para todos os municípios, para todos os estados em medidas de contenção de gastos para fazer frente à eventual queda de arrecadação, que acontecerá, não tenho dúvidas”, previu.

Recursos

Secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas Boas também cobra do Ministério da Saúde mais dinheiro para auxiliar os estados. Segundo o titular da Sesab, os secretários de todo o país pediram ao governo aporte de R$ 1 bilhão para custear demandas como contratação de leitos de terapia intensiva e suporte laboratorial. A União disse que deve liberar R$ 400 milhões. Fábio afirma que as medidas contra o coronavírus devem gerar R$ 100 milhões de gasto extra para a Bahia.

“É preciso dividir o ônus com os estados. A arrecadação vai diminuir porque deve haver desaceleração na economia. A gente vai bancar tudo. Com sacrifício, não vamos deixar a população desabastecida em hipótese alguma. Mas é preciso desse suporte”, pediu.

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