* O Correio
Assim que recebeu a lista de material escolar do filho, a técnica em enfermagem Claudineide Dias, 44 anos, percebeu a diferença. Os preços de livros e dos itens de papelaria de Bernardo, prestes a começar o 4º ano no Colégio São José, tinham aumentado. “O peso maior foi nos livros. No ano passado, gastei R$ 1.200. Esse ano, foi mais de R$ 1.300”, calculava, enquanto esperava pelas compras em uma livraria na Avenida Joana Angélica.
Mas ela não foi a única a sentir o peso no bolso. A subida nos preços é uma tendência nacional: em todo o país, o material escolar deve ficar entre 8% e 10% mais caro do que em 2019, de acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Material Escolar (Abfiae).
Para tentar economizar, Claudineide pediu orçamentos em três livrarias diferentes. Mesmo que tenha sentido o principal aumento nos livros didáticos, não notou muita diferença no preço dos exemplares entre um estabelecimento e outro. O maior impacto vinha justamente no restante do material – de lápis e caneta aos classificadores e mochilas.
Além disso, adotou outras estratégias. Reservou o dinheiro das férias para quitar logo tudo que tinha para pagar relacionado à escola – na conta, ainda tinha fardamento, meias, tênis.
“O dinheiro das férias foi todo (embora). Tem coisas que eu deixo de dar, mas a escola é essencial”, afirma ela, que comprou a mochila em dezembro, pela internet. “Mostrei algumas opções para ele (Bernardo), que escolheu entre as que eu indiquei. A única coisa que ele tinha pedido é que não fosse de carrinho. Preferiu uma que ficasse nas costas”.
O próprio Bernardo, cujas aulas começam no dia 28, explica: na escola, passa por muitas escadas. Dentro das opções listadas pela mãe, escolheu a preferida. “Escolhi uma lisa, cinza, da mesma cor do ano passado. Mas agora não tem rodinha porque é melhor de usar”, diz o garoto.