Blog Panorama Geral / Fonte: Correio

A gerência técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou que a diretoria da agência aprove o uso emergencial da vacina contra covid-19 Coronavac, do Instituto Butatan, e do imunizante da Astrazeneca/Oxford. Na recomendação, foi avaliado que diante do cenário de pandemia, com aumento de casos e ausência de alternativas terapêutias, o uso deve ser iniciado, condicionado ao monitoramento das incertezas e reavaliação periódica. Para o aval ser confirmado, ainda falta a votação dos diretores do órgão federal.

Uma reunião da agência acontece neste domingo, devendo se estender até às 15h. Ao final, cinco diretores vão votar se são favoráveis ou não à liberação. A opção com maioria simples vence. A palavra da autoridade regulatória é o último passo para disponibilizar à população as vacinas que estão no país. A reunião começou às 10h10 e deve durar até por volta das 15h. A diretoria colegiada da agência é formada por cinco membros, sendo um deles o presidente do órgão, o médico e contra-almirante Antonio Barra Torres. A decisão ocorre por maioria simples de votos.

O aval da Anvisa abrirá uma corrida entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, pela “primeira foto” da vacinação contra a covid-19 no Brasil. O Ministério da Saúde planeja começar a campanha nacional na quarta-feira, 20, às 10h. Como revelou o Estadão, o Palácio do Planalto pode receber uma cerimônia, na terça-feira, 19, para marcar o começo da campanha. Não está descartado aplicar a primeira dose durante este evento, mas a pressão pela crise em Manaus (AM) pode levar o governo a desistir da cerimônia em Brasília.

O governo paulista apontava 25 de janeiro como data para o começo de sua campanha, mas Doria já afirma que poderá vacinar imediatamente após a decisão da Anvisa. O governador fará um pronunciamento à imprensa, do Hospital das Clínicas da USP, após a reunião da Anvisa. Ainda é incerto, porém, como será o começo da vacinação no país. Os planos do governo Bolsonaro de receber 2 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca no domingo, 17, foram adiados pelo governo da Índia. O presidente Bolsonaro disse na sexta-feira, 15, que a entrega deve levar mais dois ou três dias, mas o governo não confirma nem sequer em que data o voo que em direção à Índia deixará o Brasil para receber esta vacina.

Após a negativa da Índia, o ministério pediu para o Butantã entregar imediatamente todas as 6 milhões de doses da Coronavac que estão prontas para uso. O governo de São Paulo respondeu que enviará esta carga, mas pede para que as doses que serão aplicadas na população paulista sigam no Estado. O impasse pode parar na Justiça, reconhecem autoridades dos dois lados da disputa.

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