Reportagem – Sílvia Mugnatto

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta quarta-feira (5) que vai enviar em breve um novo projeto de lei para o Congresso para tratar de emergências epidemiológicas. Ele explicou aos deputados da Comissão de Seguridade Social e Família e de duas frentes parlamentares, a mista da Saúde e a da Medicina, que o projeto sobre coronavírus aprovado ontem pelo Plenário foi uma medida emergencial.

Segundo Mandetta, o novo projeto deve ter mais de 80 artigos para tratar de temas como quarentena, tratamento compulsório, questões de fronteira e o direito de ir e vir, que não poderiam ser discutidas rapidamente.

O ministro vai reunir secretários de saúde dos estados e das capitais nesta quinta-feira (6) para verificar os planos de ação locais contra a epidemia global de coronavírus. Mandetta fez questão de ressaltar, porém, que, até terça-feira não havia casos confirmados no País e que não há motivo para pânico.

Ele se mostrou preocupado com notícias falsas, as fake news, e com a possibilidade de discriminação contra pessoas vindas da China. “Teve um estado aí que chamou a imprensa e disse que tinha um caso suspeito. A pessoa pegou um Uber compartilhado e um chinês espirrou duas vezes, aí concluíram pelo caso suspeito e foram atrás do chinês. Então, começa a ter uma coisa muito perigosa: discriminação”.

Mandetta afirmou que os casos suspeitos estão restritos a pessoas com febre, sintoma respiratório e histórico de viagem às áreas afetadas nos últimos 14 dias. Além disso, o vírus tem um índice de letalidade de 2,1% na China, mas em outros países está em 0,6%. Portanto, a evolução da epidemia varia com as condições de cada região. O ministro esclareceu que o vírus não sobrevive no ar e que a contaminação se dá por gotículas, o que exige uma proximidade maior de uma pessoa que tosse, por exemplo.

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